Ao ver "A Fita Branca", (Das Wiesse Band, do austríaco Michael Haneke), não pude deixar de me lembrar do controvertido livro de Daniel Jonah Goldhagen ("Os Carrascos Voluntários de Hitler: o povo alemão e o Holocausto", Cia das Letras). Não que a sofisticação cinematográfica de Haneke ("Caché", "A Professora de Piano") se compare à discutível tese de Goldhagen sobre a culpa do cidadão alemão comum na máquina genocida. Minha associação se deu por conta das críticas apontando o filme de Haneke como uma análise das raízes do nazismo no microcosmo educacional alemão em uma pequena vila durante a Primeira Guerra Mundial.
Concordo com algumas críticas sobre a tese já defasada das raízes psicológicas do nazismo (como apontada no Café História por Bruno Leal), mas ao mesmo tempo reconheço que o filme de Hanecke joga luz sobre as bases sociais do apelo ideológico fincadas na tradição e no processo educacional. O mais interessante do filme de Hanecke é que naquela vila alemã o processo pode ser facilmente reconhecido (assim como no interessantíssimo livro de "O Jovem Törless" de Robert Musil).
Concordo com algumas críticas sobre a tese já defasada das raízes psicológicas do nazismo (como apontada no Café História por Bruno Leal), mas ao mesmo tempo reconheço que o filme de Hanecke joga luz sobre as bases sociais do apelo ideológico fincadas na tradição e no processo educacional. O mais interessante do filme de Hanecke é que naquela vila alemã o processo pode ser facilmente reconhecido (assim como no interessantíssimo livro de "O Jovem Törless" de Robert Musil).
Para quem não viu "A Fita Branca", o trailer:
Para quem ainda não leu "O Jovem Torless", uma boa análise
E uma crítica lúcida ao livro de Daniel Jonah Goldhagen

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