quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Starbucks na cafelândia...

"É proibido proibir

Lamento dizer não a Maomé
É proibido proibir
Queremos tomar café"

Esse era o refrão do samba-enredo da ACS ESM Camisa Verde e Branco, tradicional escola de samba do paulistaníssimo bairro da Barra Funda, em 1990. Tal qual outras iguarias alimentícias que serviram de tema para as agremiações de mômo, o café adentrava no rol da criatividade carnavalesca. Lembrei da música ao notar que as lojas Starbucks já dominam algumas esquinas paulistanas.

O primeiro ataque se deu nos shopping centers, onde se formaram filas e acotovelamentos por um momento de glória sorvendo um Mocha Frappuccino® blended beverage e outras bebidas. A classe média idolatrou a chegada do coffee shop mais famoso do planeta!! Pouca gente conversa, muita gente se exibe. O café não é desculpa para o papo, mas, tal qual a acumulação capitalista, tomar um café ali é um ato que gira em torno de si mesmo. E nunca esse hábito esteve tão longe da sociabilidade.
Como nem toda novidade é unânime, os cafezinhos de botequim e padaria, servidos em xícaras lascadas ou copo americano de vidro resistem impávidos. Existem diferenças no paladar, mas, a questão, sempre, é mais cultural. Há quem enxergue o artificialismo dos enlatados. Talvez o fato é que ainda somos o país do cafézinho. Hábito de longa duração.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

A longa duração...

Pode parecer lugar-comum, principalmente para os familiarizados com a História e os historiadores, escolher a temporalidade braudeliana como título desse blog. Não que eu não tenha minhas diferenças com a quase inexistência da História na longuíssima duração de Fernand Braudel.

Para os não tão familiarizados com os conceitos acadêmicos da História, "A Longa Duração" tem o simples objetivo discutir e refletir sobre os acontecimentos, atuais e passados, de maneira interdisciplinar, apresentando pontos de vista variados, recuperando ecos dos mesmos acontecimentos no passado recente ou mais distante. Sua proposta é um exercício de reflexão sobre o mundo contemporâneo ligado às suas raízes no passado. Coisa de historiador? Talvez a intenção seja mostrar que esse exercício é válido para quem quer que seja...