Falar de Machado de Assis sem cair no clichê é tarefa difícil., .
Mas, nunca é demais reforçar que, parafraseando em parte Luiz Inácio , "Nunca na história desse país" a nossa elite senhorial iria ter uma radiografia tão criticamente bem feita que, de tão bem desenhada, ela mesma não seria capaz de enxergar-se. Machado escrevia para quem tinha olhos abertos, mas os cegos e míopes podiam lê-lo sem maiores traumas existenciais.
Não deixa de passar pela nossa cabeça como seria o quadro social dessa nossa elite de início do século XXI (cada um tem a que merece) descrita por Machado. Nosso tempo do consumo, da sociedade do espetáculo, do vício tecnológico, do capitalismo pujante vizinho desavergonhado da alarmante miséria, da guerra social e da violência, das mulheres e homens coisificados. É um exercício quase delicioso, e não menos tétrico, imaginar tudo isso visto pelas lentes machadianas. Bacharéis e sinhazinhas do século XXI provavelmente comprariam o livro do escritor ao vê-lo na lista dos mais vendidos na Revista Veja, da qual são assíduos leitores, sem atentar para o fato de que suas próprias caricaturas sociais estão impressas em sofisticada escrita.
O mulato Joaquim morreu em 29 de setembro de 1908, tendo sido identificado como branco em seu atestado de óbito. Ele se adaptaria facilmente ao nosso tempo em que ser mulato é cool
Mas, nunca é demais reforçar que, parafraseando em parte Luiz Inácio , "Nunca na história desse país" a nossa elite senhorial iria ter uma radiografia tão criticamente bem feita que, de tão bem desenhada, ela mesma não seria capaz de enxergar-se. Machado escrevia para quem tinha olhos abertos, mas os cegos e míopes podiam lê-lo sem maiores traumas existenciais.
Não deixa de passar pela nossa cabeça como seria o quadro social dessa nossa elite de início do século XXI (cada um tem a que merece) descrita por Machado. Nosso tempo do consumo, da sociedade do espetáculo, do vício tecnológico, do capitalismo pujante vizinho desavergonhado da alarmante miséria, da guerra social e da violência, das mulheres e homens coisificados. É um exercício quase delicioso, e não menos tétrico, imaginar tudo isso visto pelas lentes machadianas. Bacharéis e sinhazinhas do século XXI provavelmente comprariam o livro do escritor ao vê-lo na lista dos mais vendidos na Revista Veja, da qual são assíduos leitores, sem atentar para o fato de que suas próprias caricaturas sociais estão impressas em sofisticada escrita.
O mulato Joaquim morreu em 29 de setembro de 1908, tendo sido identificado como branco em seu atestado de óbito. Ele se adaptaria facilmente ao nosso tempo em que ser mulato é cool
- Toda a obra de Machado na internet. Enjoy
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