O mercado "nervoso" ou engasgos do neoliberalismo
No já clássico "A Era dos Extremos: O breve século XX", Eric Hobsbawn afirma que, com certeza, sem o colapso econômico do entre guerras, fruto do crash na bolsa norte-americana em 1929, não teria havido Hitler. E quase certamente não teria havido Roosevelt.
Mesmo com uma certa resistência às versões "da história que poderia ter sido", não há como afirmar que a crise do liberalismo, que acentuou o fascismo e desembocou na guerra mais mortífera da história, não tenha surgido do rastro daquele dia fatídico. O capitalismo da alta roda sentiu o frio na espinha, financistas estouraram os miolos e o mundo adentrou num túnel negro que só terminaria após o fim da guerra.

Usando as palavras do próprio historiador britânico: "As operações de uma economia capitalista jamais são suaves, e flutuações variadas, muitas vezes severas, fazem parte integral dessa forma de reger os assuntos do mundo"(A Era dos Extremos, pag. 91). "Essa forma de reger os assuntos do mundo" dá mais um sinal de sua essência auto-destrutiva. Nada mais exemplar do que a última segunda-feira, quando a concordata do Lehman Brothers, o 4º maior banco de investimento dos EUA, afundou os mercados. Arautos do mundo financeiro apressaram-se em dizer que essa é a pior crise desde a fatídica quinta-feira de 1929. O neoliberalismo já está em crise, isso é fato, embora o mundo do pragmatismo prefira disfarçar a doença terminal. Mas se a história pudesse se repetir literalmente, de onde viriam os novos Hitler e Roosevelt? Só há uma certeza. Em tempos de ações em baixa e economia em recessão, liberais de carteirinha perdem a língua e "apelam" ao Estado, esse inimigo do indivíduo e do livre-mercado. Passada a crise (se passar), como é de praxe, o Estado será culpado por ela e os especuladores de Wall Street serão apenas "o efeito colateral" da natural ordem do mercado.
No já clássico "A Era dos Extremos: O breve século XX", Eric Hobsbawn afirma que, com certeza, sem o colapso econômico do entre guerras, fruto do crash na bolsa norte-americana em 1929, não teria havido Hitler. E quase certamente não teria havido Roosevelt.
Mesmo com uma certa resistência às versões "da história que poderia ter sido", não há como afirmar que a crise do liberalismo, que acentuou o fascismo e desembocou na guerra mais mortífera da história, não tenha surgido do rastro daquele dia fatídico. O capitalismo da alta roda sentiu o frio na espinha, financistas estouraram os miolos e o mundo adentrou num túnel negro que só terminaria após o fim da guerra.

Usando as palavras do próprio historiador britânico: "As operações de uma economia capitalista jamais são suaves, e flutuações variadas, muitas vezes severas, fazem parte integral dessa forma de reger os assuntos do mundo"(A Era dos Extremos, pag. 91). "Essa forma de reger os assuntos do mundo" dá mais um sinal de sua essência auto-destrutiva. Nada mais exemplar do que a última segunda-feira, quando a concordata do Lehman Brothers, o 4º maior banco de investimento dos EUA, afundou os mercados. Arautos do mundo financeiro apressaram-se em dizer que essa é a pior crise desde a fatídica quinta-feira de 1929. O neoliberalismo já está em crise, isso é fato, embora o mundo do pragmatismo prefira disfarçar a doença terminal. Mas se a história pudesse se repetir literalmente, de onde viriam os novos Hitler e Roosevelt? Só há uma certeza. Em tempos de ações em baixa e economia em recessão, liberais de carteirinha perdem a língua e "apelam" ao Estado, esse inimigo do indivíduo e do livre-mercado. Passada a crise (se passar), como é de praxe, o Estado será culpado por ela e os especuladores de Wall Street serão apenas "o efeito colateral" da natural ordem do mercado.
- Para quem quiser: já é possível comprar "souvenirs" do Lehman Brothers no E-bay
- Alguns flagrantes da crise de 1929 feitas pelo The New York Times
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